Viver em união com alguém é um acto de amor, parceria e compromisso. Mas quando se trata de formalizar esse vínculo em Portugal, é importante conhecer o que diz a lei sobre a chamada união de facto e quais os direitos e deveres associados a essa condição.
Neste artigo, explicamos de forma clara o que caracteriza uma união de facto, como ela é reconhecida legalmente e que documentos podem ser apresentados para comprová-la.
O que é a união de facto?
A união de facto é a situação de duas pessoas que vivem juntas, de forma duradoura, em condições semelhantes às de um casamento, mas sem terem formalizado a relação através do casamento civil.
Em Portugal, essa união pode ser entre pessoas do mesmo sexo ou de sexos diferentes, desde que cumpram alguns requisitos legais.
O que é preciso para constituir uma união de facto?
Para que uma união de facto seja reconhecida oficialmente em Portugal, é necessário que:
- As duas pessoas residam juntas há pelo menos dois anos;
- Nenhuma delas esteja casada com outra pessoa;
- A relação seja estável e comprovada como tal.
Quais são os direitos garantidos?
Apesar de não equiparada integralmente ao casamento, a união de facto garante vários direitos aos seus membros, como:
✅ IRS em conjunto
Podem optar pela tributação conjunta, desde que comprovem a união.
✅ Habitação da família
Proteção em caso de separação ou morte do parceiro, incluindo preferência na compra ou arrendamento do imóvel.
✅ Licenças e faltas no trabalho
Direito a faltas em caso de falecimento do parceiro.
✅ Adoção
Após quatro anos de união e 25 anos de idade, a adoção conjunta é possível.
✅ Proteção em caso de falecimento
Sobretaxa de pensão de sobrevivência e subsídio por morte, se a união durar mais de dois anos.

Como provar a união de facto em Portugal?
Para ter efeitos legais, a união de facto precisa ser comprovada por meio de documentos. Os mais comuns são:
- Declaração da Junta de Freguesia da área de residência comum, que ateste a coabitação há pelo menos dois anos;
- Cópias de contratos de arrendamento ou escritura de imóvel em nome de ambos;
- Comprovativos de contas conjuntas, seguros ou outros documentos que demonstrem partilha de responsabilidades;
- Testemunhos de familiares ou vizinhos, quando necessário.
Em alguns casos, pode ser necessária a intervenção judicial, especialmente quando se pretende utilizar a união de facto para efeitos migratórios ou de nacionalidade.
A importância do acompanhamento jurídico
Cada situação tem particularidades que podem influenciar diretamente na forma como a união de facto será analisada pelas autoridades portuguesas. Documentos divergentes, datas imprecisas ou ausência de provas consistentes podem colocar em risco o reconhecimento do vínculo.
Por isso, é fundamental contar com orientação jurídica especializada desde o início. Um acompanhamento adequado ajuda a evitar erros que podem atrasar ou até inviabilizar o processo, além de assegurar que todos os direitos do casal sejam garantidos de acordo com a legislação vigente.
O reconhecimento da união de facto começa com informação e atitude
A união de facto é uma forma legalmente reconhecida de relação em Portugal, com direitos e deveres próprios. Compreender os requisitos, reunir provas adequadas e manter a documentação em dia é essencial para quem vive ou pretende viver com quem ama no país.
Mais do que uma formalidade, o reconhecimento da união de facto é um passo importante para garantir tranquilidade, estabilidade e segurança jurídica na vida a dois.
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